sábado, 1 de janeiro de 2011

Hipoatividade - a genesis...

Tem sido comum nos últimos tempos rotular-se as gerações. Já tivemos a geração "paz e amor", a geração "coca-cola" e, mais recentemente, uma geração que batizei como geração "ritalina".
Um termo que tem feito parte dos pesadelos dos professores e dos tios é: Hiperatividade.
A hiperatividade é mais que uma patologia, é uma espécie de "carta branca" para justificar seja lá qual for o descalabro que aconteça.
"-Mamãe, o Joãozinho fez xixi na orelha da vovó outra vez...(a mãe responde) Deixa ele Mariazinha, você sabe, seu irmãozinho é hiperativo. (Mariazinha)Mas mãe, a vovó tá se afogando!!!! (a mãe) Invés de você ficar fazendo fofoca sobre seu irmão, vá lá e desafogue a velha...você sabe que ele é hiperativo, além do mais, ela não tem nada que dormir com a orelha descoberta, ela sabe que o Joãozinho é hiperativo..."
Um dia desses, enquanto meus sobrinhos hiperativos destruíam minha sala de estar, sentado ao sofá, me pus a pensar em que rótulo eu próprio me enquadraria.
Alguns minutos depois (uns 240, mais ou menos), além da minha sala já ter se tornado um típico cenário pós-guerra, me vi impassível, exatamente na mesma posição inicial ao sofá, a pensar, até que (passados mais 120min.)... eureka!
Só poderia ser isso. Estava cunhado o termo. Depois de muito labor, chegara a uma conclusão:
Eu sou um HIPOATIVO!!!!
Sim, o hipoativo é isso, deixe ele quieto que ele se vira, ou melhor, ele não se vira, ele simplesmente fica! Simples assim, quase como uma samabaia num dia sem vento...
Ser hipoativo, é muito mais que um rótulo, é um modo de vida, é encontrar beleza nas coisas que estão logo a sua frente, até porque, para enxergar ao lado é preciso movimentar os olhos, e isso cansa pra burro.
Ah, voltando à cena da genesis...meus sobrinhos...
Sim, enquanto eu cunhava o novo termo, eles se dedicavam a devastar os outros cômodos da casa...

2 comentários:

  1. É meu primeiro contato com este "ramo do pensamento humano", se é que os hipoativos têm algum sinal sináptico, rsrs. Brincadeira. Mas vislumbro alguma sabedoria nisto. Quando tua mulher te resmunga: "o que estava fazendo a esta hora na rua?", a hipoatividade pode ser uma resposta. Caminhe lentamente até o sofá, deixe sua bolsa escorregar pelas mãos até o chão enquanto caminha, jogue-se no sofá, ou deixe-se cair simplesmente e fique lá, hipoativo, até o dia seguinte, quando uma súbita inspiração renovar o ar dos seus pulmões...

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