terça-feira, 24 de julho de 2012

O retorno de Marcinha - um causo de vadiage!

Ela só queria transar à vontade!


Marcinha era uma ninfeta irriquieta.
Desde que largou da boneca não passou um dia sem vadiá...
Loiro, careca, barrigudo, chifrudo...ninguém escapava...
Até invertido, dizem que ela consegui desinverter.

Mas Marcinha era responsável.
Embora desinibida, tinha medo de pegá barriga.
Entre uma farra e outra, buscou guarida na medicina.
Após aconselhamento,
Foi correndo até SUS pra marcar o procedimento.

-Volte daqui seis mêis (disse-lhe o atendente) pra fazer avaliação;
Mas Marcinha tinha pressa, sonhava dia e noite com a liberdade;
Marcinha queria transar a vontade!!

Marcinha indignada replica:
-Seis mêis? Posso esperá não!
Antes que o atendente fizesse menção,
Marcinha já estava atrás do balcão.
Tamanha surra de xibiu o atendente levou que nem conseguiu ler a guia que assinou;

Duas horas depois lá estava Marcinha, sorrindo, na sala de cirurgia.
Seu empenho, aparentemente, em nada resultou;
Já deitada na maca, fora avisada que não havia Doutô;
Marcinha, mulher brasileira, nunca desistiria,
Transaria com toda a unidade, até encontrar um Doutô que lhe trouxesse a liberdade;
Marcinha queria transar à vontade!

De consultório em consultório,
Com o argumento mais veemente,
Encontrou, todo de branco, um médico residente.
O Doutô, apesar da pouca idade, tinha pra mais de doze ano de falcudade,
Hôme trabalhadô, estudava de dia, e de noite tocava violão em uma churrascaria.

Não resistindo à força argumentativa empenhada pela vadia,
Atendeu a seu apelo e concordou, sem mais demora, em fazer a cirurgia.
- Vou ligar suas trompa, disse com serenidade;
Enquanto Marcinha...
Marcinha sonhava com a liberdade,
Ela só queria transar à vontade!!

Ainda encontrava-se trêmula a musculatura do Doutô,
Era por causa do “convencimento” que Marcinha lhe praticô.
Ainda assim não quis perder tempo.
Começou o procedimento!

O meio-médico meio-músico, ainda anestesiado e excitado com o instrumentário,
Costurou o fim da trompa de falópio, no começo da trompa de eustáquio.
Fechou o bucho da moça, mas antes do último ponto,
Perdeu a moça de vista. Marcinha trocou de quarto,
Da maca de cirurgia, direto pro leito pecaminoso de um hotel de periferia.

Foi uma noite ruidosa.
Toda mulher da cidade se deitou em cama fria,
Marcinha se lambuzara, fizera tanta sujeira,
Que a pobre da Geni fez parecer uma uma freira,

A noite então se calou,
Tamanho fora o fordúncio que as beatas da cidade interditaram o imóvel
Trancaram portas e janelas gritando palavras de ordem:
- Que morra de sede e fome, que é pra aprender de uma vez a não pegar nossos home!

Marcinha em sono profundo não percebeu o movimento,
Durante trinta e seis semanas nada se ouviu no local,
Nem sequer um suspiro, um silêncio sepulcral.

Quase trezentos dias depois, num dia frio de domingo,
Surge de lá um gemido,
Um passante destemido resolve abrir o recinto,
Curioso, adentra ao antro pecaminoso,
Encontra Marcinha nua, ainda em sono profundo,
No rosto ainda o sorriso, misto de orgasmo e encanto,

Foi o médico descuidado, no entanto,
Responsável pelo que na cena causou mais espanto,
Ligou Falópio à Eustáquio o Doutô!

Aos pés de Marcinha agora,
No chão daquele reduto,
Chora um filho da puta, com ouvido absoluto!









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